Próximos passos.

 

 

A vida em Atlanta começa em Novembro, mais exatamente dia 25 em 2011.

Peguei um aviāo no aeroporto internacional de Miami com desnito à Atlanta, que até entāo só tinha ouvido falar de nome por causa das Olimpíadas em 96...

Cheguei, conheci minha nova casa, meu novo quarto, a Saidy a cachorra da casa, e a Target do lado de casa (ihihihi) para quem não sabe a Target é uma espécie de mercado tipo Walmart onde se vendo mil coisas no mesmo lugar mas a Target é muito melhor (fã né). Tivemos juntos um almoço de açāo de graças, data muito especial para os americanos e depois fui dormir...

Os próximos dias foram todos parte do processo de se acostumar com o lugar e me ambientar, mas o dia seguinte foi tenso...senti um aperto no peito uma coisa que foi ficando grande e do nada comecei a chorar, até hoje não entendo bem o que senti naquele dia mas acho que foi uma mistura desespero por ter que ter saído de Miami e aí eu senti mesmo de fato que não estava mais la com o fato de que eu não podia fazer mais nada mesmo agora era só esperar o tempo passar e me fazer acostumar com tudo e entender onde ficavam as coisas e me ambientar a nova vida...

Cheguei em Atlanta no finzinho de Novembro, quase exatamente no começo do inverno. Foi bem tenso porque eu até então odiava frio, nunca gostei em toda minha vida e esse foi um dos motivos por eu ter escolhido viver em Miami antes de sair do Brasil, tentei fugir disso muito, mas não teve jeito tem coisas na vida que parece que quanto mais você foge mais elas vem atrás de você.

Passei um mês me adpatando a casa nova, a vida nova, ao trabalho com as crianças, a rotina da casa, enfim todo processo que passamos quando mudamos de vida e eu acabei passando por tudo de novo. Pouco tempo de adaptação depois chegou a semana do natal e minha familia que tinha família no Alabama, um estado dos USA ao lado da Georgia onde fica Atlanta, foi passar o natal com eles e eu estava inclusa no pacote.

Depois de 6 horas de viagem de carro, com as crianças, os pais e a Saidy, chegamos na casa dos pais da mãe das minhas crianças, um lugarzinhu tipo uma fazenda exatamente no meio do fim do mundo (hihihihi..) sério, era um lugar lindo de uma beleza que eu nunca tinha visto na vida mas realmente no fim do mundo quase perto do Mississipe, outro do estado dos USA. A diversção lá era caçar, isso  mesmo,  eu disse caçar, o pessoal lá gosta de caçar animais e o mais encontrado é o viado (sem mencionar o lado pejorativo da coisa) é isso mesmo o pessoal e principalmente o avô das crianças pegava uma camionete daquelas de motor forte e sem um pingo de limpeza, algumas armas, as crinças e simbora todo mundo pro mato com roupa camuflada e em silêncio, para não espantar os animais.

Lá era o tipo do lugar onde não se tem nada para fazer além de conversar com os parentes, visitar os parentes das casas vizinhas, aproveitar o período natalino para cozinhar e comer guloseimas de natal, assistir filme em família, fazer fogueira num frioooooooooooooo de lasca como se diz lá em casa, conversar e conhecer um pouca mais da cultura americana.

Depois de 15 dias, dois kilos a mais e muito treino pisicológico para ficar tanto tempo no meio do nada, voltamos para Atlanta e eu fui passar o ano novo em Miami.

 
Bruna Rosa

Por onde começar?

Bom, resolvi criar esse blog para funcionar como uma espécie de diário de bordo dessa viagem longa e um pouco maluca que decidi fazer. 

Para quem nāo sabe meu nome é Bruna, tenho 25 anos e resolvi vir morar nos Estados Unidos há 8 meses atrás. Nesse momento moro em Atlanta - Georgia, a cidade onde foi as Olimpíadas de 1996, lembro que nessa época eu era uma criança e assisti as Olimpíadas pela TV.

Acho que a maioria das pessoas quando pensam em um projeto de morar fora como esse logo se perfuntam e a saudade da família, da sua terra, das suas origens?

Essa saudade me bate todos os dias, principalmente agora que há mais ou menos 2 semanas estive de férias visitando minha família no Brasil, nunca imaginei sentir algo parecido com o que senti quando voltei pra cá, era um desespero, misturado com saudade, dor de estômago e afins. 

Decidi ir para o Brasil para matar um pouco a saudade dos meus e durante o período de quase 2 semanas que fiquei por lá estava decidida a voltar e continuar meu projeto aqui, também vendo a enorme diferença cultural e economica dos países eu nāo via a hora de voltar para Atlanta, mas quando cheguei tive uma surpresa, minha tristeza e voltade de voltar para casa tomavam conta de mim. 

Depois de duas semanas eu "voltei" literalmente para Atlanta, minhas cabeça voltou, agora estou na minha rotina normal, acostumei outra vez a viver longe e ficar sozinha. Minhas crianças (as crianças que eu cuido aqui) me ajudaram bastante e meus amigos também.

Aqui nesse país, encontramos muitas pessoas que estāo vivendo a mesma coisa que eu...vieram de outros países, deixaram suas famílias para morar aqui por diferentes motivos, alguns para estudar, outros para "tentarem a vida", outros para fugir das confusōes que arrumaram no seu país...enfim, mas o grande barato é encontrar pessoas que estāo vivendo uma experiência muito parecida com a sua, sabem o tamanho da saudade, sabem o lado bom e o lado ruim de morar fora, sabem como é muitas vezes complicada a adaptaçāo e também te encorajam a nāo desistir.

Porque digo que essa viagem é um pouco maluca?

Porque essa viagem nāo é simplesmente uma viagem é uma nova maneira de viver a vida e eu descobri isso quando cheguei aqui, eu vim para os Estados Unidos por um programa de intercâmbio onde eu moro com uma família, estudo e trabalho cuidando de criança. Quando estava ainda no Brasil, fiz um longo processo até chegar aqui e a principal parte desse processo foi a escolha das famílias.

Eu estava com um perfil online no site onde as famílias procuram pessoas para esse projeto, conversei com algumas famílias, a gente se falava  por e-mail, telefone ou skype e um dia estava em casa o telefone tocou e uma moça falou: "Bruna? Aqui é Erika tudo bem? Ví seu perfil e gostei bastante eu tenho um menino de 2 anos e estou esperando meu segundo filho, é uma menina que vai nascer daqui 1 mês. Moramos em Miami eu e meu marido e eu tenho uma empregada brasileira que nós gostamos muito você estaria interessada?"

Eu lembro que até gagejei na hora e perguntei: " Você disse que mora em Miami?"

Ela respondeu: "Sim! Quando você estaria disponível para vir?"

E assim fomos conversando e depois de algumas conversar via telefone e e-mail fiz as minhas malas e embarquei.

Lembro que me pai nāo gostou muito da idéia, ele disse que em Miami só tinha gente que falava espanhol e que eu nāo ia aprender o tal do inglês que eu tava indo aprender, mas quando a família disse que realmente me queria e que era para eu arrumar as malas e nāo quis nem saber liguei pro meu pai e disse: " Pai a família de Miami fechou comigo, eu vou e vou voltar falando inglês e espanhol" hihihihi..

Assim eu vim para os Estados Unidos, fui para Miami e fiquei 1 mês e meio por lá, depois precisei me mudar e vim parar em Atlanta, mas essa parte eu conto depois com riqueza de detalhes como diria senhor Reinaldo (meu pai). hihihihi...